quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Roteiro da Passio Domini - Meditação sobre a Flageração por St. Afonso

PRIMEIRA PARTE: Orações iniciais



JMJT

PRIMEIRA PARTE: Orações iniciais



Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.
Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Em Nome do PAI, FILHO e Espirito Santo. Amém

SENHOR, tende piedade de nós.
CRISTO, tende piedade de nós
SENHOR, tende piedade de nós

1. Oferecimento de si em benefício dos Sacerdotes

Meus DEUS e PAI, em resposta à palavra de Vosso FILHO no Monte das Oliveiras: “Vigiai e orai Comigo”, pedimos a Vós: aceitai-nos como auxiliares especiais de Vossos sacerdotes, em nome dos quais, oferecemos a Vós cada quinta-feira como um sacrifício de amor.

Com desejo fervoroso, eu me ofereço-Vos, ó PAI, com completa confiança, juntamente com esta celebração da Passio Domini como um sacrifício de amor em favor de todos os sacerdotes. Tomai este sacrifício e transformai-o no “vinho” para o Cálice do Fortalecimento. Então, PAI, enviai Vosso Santo Anjo com esse Cálice para fortalecer os sacerdotes, especialmente os de minha paróquia. Amém.

2. Oração preparatória para Meditação da Paixão:

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.

Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.
O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!.
Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus.
Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono.
Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!

Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!
Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam. Amém.

Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajudai-me e dai-me a graça, o amor, a profunda compaixão e a compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito na tua prisão.

Ó misericordioso Senhor, ofereço-Te a vontade e o desejo que tenho de meditar a Tua Dolorosa Paixão e aceita a minha amorosa intenção e faz com que seja de proveito para mim e para todos.

Dou-Te graças, ó meu Jesus, que por meio da oração me chamas à união conTigo e, para Te agradar ainda mais, tomo os Teus pensamentos, a Tua língua, o Teu Coração e com Eles pretendo rezar, fundindo-me inteiramente na Tua Vontade e no Teu Amor. Por fim estendo os meus braços para Te abraçar e apoio a minha cabeça no Teu Coração. Desta maneira pretendo meditar. Amém.


10 minutos de silêncio para oração pessoal...


PARTE II : MEDITAÇÃO:

A flagelação de Jesus (por São Afonso de Ligorio)

1. Reconduzido Jesus a Pilatos, o governador o apresentou ao povo, para saber a quem queriam libertar nessa páscoa, se a Jesus ou a Barrabás, o homicida. Mas o povo gritou: “Não este, mas Barrabás”. Perguntou Pilatos: “Que farei então de Jesus?” Responderam: “Crucifica-o.” “Que mal, porém, praticou este inocente?” interroga Pilatos. Então replicam: “Seja crucificado”. Ó Deus! até agora a maior parte dos homens continua a dizer: “Não este, mas Barrabás”, preferindo ter um prazer sensual, um ponto de honra, um desabafo de cólera.
Vendo Pilatos que os judeus continuavam a bradar contra Jesus, o condenou a ser flagelado: “Então Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo” (Jo 19,1). Pensou esse iníquo juiz que com esse bárbaro tratamento despertaria a compaixão dos inimigos e o livraria da morte: “Eu o mandarei punir e depois o soltarei” (Lc 23,22). Era a flagelação castigo reservado só aos escravos. Nosso amoroso Redentor, diz S. Bernardo, quis tomar a forma de escravo, para ser castigado com açoites e assim pagar a pena merecida pelo homem feito escravo do pecado.
Um Deus flagelado! Causa mais espanto um Deus sofrer o mais insignificante golpe do que os homens todos e todos os anjos serem destruídos e aniquilados. Ah, meu Jesus, perdoai-me as ofensas que vos fiz. Uma só coisa desejo: é amar-vos e ser amado por vós e declaro-me então pronto a sofrer todas as penas que quiserdes.
Minuto de Silencio. Ave Maria...

2. Quando nosso amável Salvador chegou ao pretório, segundo a revelação de S. Brigida, Ele mesmo se despojou de suas vestes ao mando dos algozes, abraçou a coluna e entregou as mãos para serem presas. Ó céus, já se dá início ao cruel tormento! Ó anjos do céu, vinde assistir a este doloroso espetáculo e se não podeis livrar vosso Rei desse bárbaro ultraje, vinde ao menos chorar de compaixão. E tu, minha alma, imagina-te presente a esta horrenda carnificina de teu amado Redentor. Contempla como teu aflito Jesus está com a cabeça baixa, olhando para a terra e, todo confuso pela vergonha, espera por esse horrendo tormento. E eis que os bárbaros, como outros tantos cães raivosos, arremetem com seus açoites contra o inocente cordeiro. Ah! este bate-lhe no peito, aquele fere-lhe os ombros; outro golpeia-lhe as pernas: mesmo sua sagrada cabeça e sua bela face não ficam livres de pancadas. Já corre o divino sangue de todas as partes: já estão embebidos de sangue os azorragues, as mãos dos algozes, a coluna e a terra. “Todo o seu corpo é rasgado pelos açoites: ora os ombros, ora as pernas, são atingidas; chagas acrescentam-se a chagas e golpes a novos golpes”.
Ah, cruéis, esse homem a quem bateis é inocente e santo: eu sou réu; a mim, que pequei, pertencem os açoites e os tormentos. Mas vós, Eterno Pai, como podeis sofrer essa grande injustiça? como podeis suportar que vosso Filho querido assim padeça? e não o socorreis? que delito cometeu ele para merecer um castigo tão vergonhoso e tão cruel?
 “Eu o castiguei por causa dos crimes de meu povo” (Is 53,8). Afirma o Pai Eterno: “Muito bem eu sei que meu Filho é inocente; visto, porém, que ele se ofereceu para satisfazer a minha justiça por todos os pecados dos homens, convém que eu o abandone ao furor de seus inimigos.” Ó meu adorável Salvador, vós, para pagar os nossos delitos e em especial os pecados de impureza (que é o pecado mais comum entre os homens), quisestes que fosse dilacerada vossa carne puríssima. Quem não exclamará com S. Bernardo: “Ó caridade incompreensível do Filho de Deus para com os homens!” Ah, meu Senhor flagelado, agradeço-vos tão grande amor e arrependo-me de ter-me unido eu também, com os meus pecados, aos vossos algozes. Eu detesto, ó meu Jesus, a todos esses prazeres depravados que vos ocasionaram tantas dores. Quanta paciência o Senhor teve diante de meus pecados. O Senhor  tudo suportou para que eu fosse vencido por tantas finezas de amor, me rendesse ao vosso amor e deixasse o pecado. Meu amado Redentor, não quero resistir por mais tempo ao vosso afeto. Desprendei-me de todas as afeições terrenas que me impedem ser todo vosso; trazei-me continuamente à memória o amor que me consagrastes e a obrigação que tenho de amar-vos. Em vós ponho todas as minhas esperanças, meu Deus, meu amor, meu tudo.
Minuto de Silencio. Ave Maria...

2. Gemendo, exclama S. Boaventura: “Corre o sangue divino e as chagas sucedem-se às chagas”. Por toda parte escorria o sangue divino e seu corpo sagrado tornara-se uma única chaga, mas aqueles cães furiosos não cessavam de ajuntar feridas sobre feridas, como predissera o Profeta: “E sobre a dor de minhas chagas acrescentaram novas chagas” (Sl 68,27). Os algozes não só cobriam de feridas seu corpo inteiro, como também arrancavam pedaços de carne, ficando essas carnes sagradas totalmente rasgadas, podendo-se contar os ossos. Diz Cornélio que nesse tormento Jesus Cristo deveria naturalmente morrer: quis, porém, com sua força divina conservar a vida, a fim de sofrer penas ainda maiores por nosso amor.
 Ah, meu amantíssimo Senhor, digno de um amor infinito, tanto sofrestes para que eu vos amasse! Não permitais que, em vez de vos amar, venha ainda a vos ofender e desgostar-vos.
Este tormento da flagelação foi um dos mais cruéis para o nosso Redentor, porque foram muitos os algozes que o flagelaram. Ora, estes algozes, instigados pelo demônio e ainda mais pelos farizeus, que temiam que Pilatos depois desse castigo pusesse o Senhor em liberdade, pretendiam tirar-lhe a vida com os açoites. S. Boaventura diz que escolheram para esse serviço os instrumentos mais bárbaros, de maneira que cada golpe abria uma chaga.
O historiador Flávio José, que viveu pouco depois de Nosso Senhor, diz que Jesus foi de tal maneira dilacerado na flagelação, que foram postas a descoberto as suas costelas. O mesmo foi revelado à S. Brígida pela Santíssima Virgem: “Eu, que estava presente, vi seu corpo flagelado até às costas, de modo que eram visíveis suas costelas. E o mais doloroso era que, ao retraírem-se, os algozes vinham com pedaços de carne”.  Uma vez apareceu Jesus flagelado a S. Teresa. A Santa viu no braço esquerdo um grande retalho de carne pendente.
Ah, meu Jesus amado e adorado, quanto padecestes por meu amor! Ah, que não sejam perdidas para mim tantas dores e tanto sangue!

Minuto de Silencio. Ave Maria...

TERCEIRA PARTE: Oferecimento das gotas do Preciosissimo Sangue



 Neste momento cada pessoa pode oferecer em silêncio ou em voz alta a gotas do Precisissimo sangue por diversas intenções, especialmente pela Igreja e pelos sacerdotes. Pode-se rezar com as próprias palavras ou usar a oração abaixo para apresentar suas intenções:

Senhor e Salvador JESUS CRISTO, nesta hora de vossa dolorosa agonia no Horto das Oliveiras, suplicamos uma gota do Vosso Precisíssimo Sangue por .... (intenção particular)

Oração Final

Meu Jesus, Tu chamaste-me nesta Hora da Tua Paixão a fazer-Te companhia e eu vim. Parecia-me que Te ouvia, angustiado e sofredor, a pedir, a reparar e a sofrer, e com as vozes mais comovedoras e eloquentes pedir a salvação das almas.
 
Procurei seguir-Te em tudo e agora, tendo de Te deixar para me dedicar às minhas ocupações habituais, sinto o dever de Te dizer “obrigado”, e “bendigo-Te”.
 
Sim, ó Jesus, repito-Te “obrigado” milhares de vezes e “bendigo-Te” por tudo o que fizeste e sofreste por mim e por todos. “Obrigado” e “bendigo-Te” por cada gota de Sangue que derramaste, por cada respiro, palpitação, passo, palavra, olhar, amargura e ofensa que suportaste. Por tudo, ó meu Jesus, Te digo um “obrigado”  e um “bendigo-Te”.
 
Ó Jesus, faz com que de todo o meu ser brote uma corrente contínua de gratidão e de bênçãos, de forma a atrair sobre mim e sobre todos a corrente das Tuas bênçãos e graças. Ó Jesus, aperta-me ao Teu Coração e com as Tuas mãos santíssimas marca cada partícula do meu ser com o Teu “bendigo-Te”, para que de mim brote um hino contínuo de louvor a Ti.

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Com o Vosso FILHO, ó Mãe Pia,
A abençoai-nos, ó Virgem Maria!

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