domingo, 14 de julho de 2013

Roteiro Passio Domini - Meditação do Getsemani por St. Afonso de Ligorio - Parte I



PRIMEIRA PARTE: Orações iniciais

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.
Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Em Nome do PAI, FILHO e Espirito Santo. Amém

SENHOR, tende piedade de nós.
CRISTO, tende piedade de nós
SENHOR, tende piedade de nós

1. Oferecimento de si em benefício dos Sacerdotes

Meus DEUS e PAI, em resposta à palavra de Vosso FILHO no Monte das Oliveiras: “Vigiai e orai Comigo”, pedimos a Vós: aceitai-nos como auxiliares especiais de Vossos sacerdotes, em nome dos quais, oferecemos a Vós cada quinta-feira como um sacrifício de amor.

Com desejo fervoroso, eu me ofereço-Vos, ó PAI, com completa confiança, juntamente com esta celebração da Passio Domini como um sacrifício de amor em favor de todos os sacerdotes. Tomai este sacrifício e transformai-o no “vinho” para o Cálice do Fortalecimento. Então, PAI, enviai Vosso Santo Anjo com esse Cálice para fortalecer os sacerdotes, especialmente os de minha paróquia. Amém.

2. Oração preparatória para Meditação da Paixão:

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.

Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.
O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!.
Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus.
Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono.
Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!

Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!
Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam. Amém.

Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajudai-me e dai-me a graça, o amor, a profunda compaixão e a compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito na tua prisão.

Ó misericordioso Senhor, ofereço-Te a vontade e o desejo que tenho de meditar a Tua Dolorosa Paixão e aceita a minha amorosa intenção e faz com que seja de proveito para mim e para todos.

Dou-Te graças, ó meu Jesus, que por meio da oração me chamas à união conTigo e, para Te agradar ainda mais, tomo os Teus pensamentos, a Tua língua, o Teu Coração e com Eles pretendo rezar, fundindo-me inteiramente na Tua Vontade e no Teu Amor. Por fim estendo os meus braços para Te abraçar e apoio a minha cabeça no Teu Coração. Desta maneira pretendo meditar. Amém.



10 minutos de silêncio para oração pessoal...


PARTE II : MEDITAÇÃO:
Do suor de sangue e agonia de Jesus no horto (por São Afonso de Ligorio)
1. Contemplai como o nosso amorosíssimo Salvador, chegando ao jardim de Getsêmani, quis dar começo à sua dolorosa paixão, permitindo que os sentimentos de temor, de tédio e de tristeza viessem afligi-lo com todas as suas conseqüência. Começou a ter pavor e angustiar-se e entristecer-se (Mt 26,37; Mc 14,33). Começou primeiramente a sentir um grande temor da morte e das penas que teria em breve de sofrer:  Começou a atemorizar-se. Mas como é isso possível? Não foi então ele que se ofereceu espontaneamente a sofrer tais tormentos? Foi sacrificado porque ele mesmo o quis. Não foi ele que tanto desejara o momento de sua paixão, tendo dito pouco antes: Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco? E agora como é que está tão cheio de temor de sua morte, que chega a rogar a seu Pai que dela o livre: Meu Pai, se for possível, afastai de mim este cálice? (Mt 26,39). S. Beda, o Venerável, responde: Pede se afaste o cálice para mostrar que é verdadeiramente homem (In Mc 14). Nosso amantíssimo Senhor muito desejava morrer por nós, para com sua morte patentear-nos o amor que nos tinha; mas, para que os homens não pensassem que ele tinha tomado um corpo fantástico (como o afirmaram alguns hereges) ou então por virtude de sua divindade ele tivesse morrido sem experimentar nenhuma dor, fez essa súplica a seu Pai, não para ser atendido, mas para nos dar a entender que morria como homem e morria atormentado com um grande temor da morte e das dores que a deviam acompanhar.
Ó Jesus amabilíssimo, quisestes tomar sobre vós a nossa timidez para nos conceder a vossa coragem no sofrer os trabalhos desta vida. Sede bendito para sempre por tanta piedade e amor. Que todos os corações vos amem quanto vós o desejais e mereceis.
Minuto de silencio. Ave Maria...
2. Começou a angustiar-se. Começou também a sentir um grande tédio das penas que lhe estavam aparelhadas. Quando se está desgostoso, até as delícias enfastiam. Oh! quantas angústias inseparáveis de tal tédio não deveria causar a Jesus o horrendo aparato que então lhe passou pela mente, de todos os tormentos exteriores, que deveria martirizar horrendamente seu corpo e sua alma bendita! Apresentaram-se distintamente diante de seus olhos todas as dores que deveria sofrer, todos os escárnios que deveria receber dos judeus e dos romanos, todas as injustiças que lhe fariam os juízes de sua causa, e de modo particular se lhe apresentou à mente a morte dolorosíssima que teria de suportar, abandonado de todos, dos homens e de Deus, num mar de dores e de desprezos. E foi justamente isso que lhe ocasionou um desgosto tão amargo que o obrigou a pedir conforto a seu Pai eterno. Ah! meu Jesus, eu me compadeço de vós, vos agradeço e vos amo.
Apareceu-lhe então um anjo do céu que o confortou (Lc 22,43). Veio o conforto, mas este mais aumenta do que lhe alivia a dor, diz S. Beda. Sim, porque o anjo o confortou para padecer mais por amor dos homens e para glória de seu Pai. Oh! quantas angústias vos causou este vosso primeiro combate, ó meu amado Senhor! No decorrer de vossa paixão, os flagelos, os espinhos, os cravos vieram uns após outros atormentar-vos; no horto, porém, os sofrimentos de toda a vossa paixão vos assaltam todos juntos e vos afligem ao mesmo tempo. E vós aceitastes tudo por meu amor e por meu bem. Ah! meu Deus, quanto me penaliza não vos haver amado pelo passado e ter ante-posto os meus gostos criminosos à vossa santa vontade. Detesto-os agora mais que todos os males e me arrependo de todo o coração. Jesus, perdoai-me!
Minuto de Silencio. Ave Maria...
3. Começou a entristecer-se e a magoar-se. Com o temor e com o tédio, começou Jesus a sentir ao mesmo tempo uma grande melancolia e aflição de espírito. Mas, Senhor, não fostes vós que infundistes tão grande alegria aos vossos mártires no meio dos tormentos, que chegavam até a desprezar os sofrimentos e a morte? Como é que vós, ó meu Jesus, que destes tanta alegria aos vossos servos na morte, escolhestes para vós uma tristeza tão grande ao morrer?
Ó alegria do paraíso, que alegrais o céu e a terra com o vosso júbilo, por que vos vejo agora tão aflito e tão triste, e vos ouço dizer que a tristeza que vos aflige é suficiente para dar-vos a morte? “Minha alma está triste até à morte” (Mc 14,34). Por que, meu Redentor? Ah! já vos compreendo: não foram tanto os sofrimentos de vossa paixão, quanto os pecados dos homens, entre estes os meus, que vos causaram então aquele grande temor da morte.
Tanto o Verbo eterno amava seu Pai quanto odiava o pecado, do qual bem conhecia a malícia. Por isso, para tirar o pecado do mundo e para não ver mais seu amado Pai ofendido, ele veio à terra e fez-se homem e resolveu sofrer uma paixão e uma morte tão dolorosa. Vendo, porém, que, apesar de todas as suas penas, ainda se cometeriam tantos pecados no mundo, esta dor, diz S. Tomás , superou toda a dor que qualquer penitente jamais sentiu por suas próprias culpas e excedeu igualmente qualquer pena que possa afligir um coração humano. E a razão é que todos os sofrimentos dos homens são sempre misturados de alguma consolação; mas a dor de Jesus foi pura, sem lenitivo.  Suportou a dor pura sem mistura de nenhuma consolação (Contens. 1.10, d. 4,c. 1).
Ah, se eu vos amasse, se eu vos amasse, ó meu Jesus, vendo o quanto padecestes por mim, doces se me tornariam todas as dores, todos os opróbrios e os maus tratos deste mundo. Concedei-me, peço-vos, o vosso amor, para que sofra com gosto ou ao menos com paciência o pouco que me é dado sofrer. Não permitais que eu morra tão ingrato a tantas finezas de vosso amor. Nas tribulações que me sobrevierem, proponho dizer sempre: Meu Jesus, abraço estes sofrimentos por vosso amor e os quero suportar para vos comprazer.
Minuto de Silencio. Ave Maria...

TERCEIRA PARTE: Oferecimento das gotas do Preciosissimo Sangue

Neste momento cada pessoa pode oferecer em silêncio ou em voz alta a gotas do Precisissimo sangue por diversas intenções, especialmente pela Igreja e pelos sacerdotes. Pode-se rezar com as próprias palavras ou usar a oração abaixo para apresentar suas intenções:

Senhor e Salvador JESUS CRISTO, nesta hora de vossa dolorosa agonia no Horto das Oliveiras, suplicamos uma gota do Vosso Precisíssimo Sangue por .... (intenção particular)

Oração Final

Meu Jesus, Tu chamaste-me nesta Hora da Tua Paixão a fazer-Te companhia e eu vim. Parecia-me que Te ouvia, angustiado e sofredor, a pedir, a reparar e a sofrer, e com as vozes mais comovedoras e eloquentes pedir a salvação das almas.
 
Procurei seguir-Te em tudo e agora, tendo de Te deixar para me dedicar às minhas ocupações habituais, sinto o dever de Te dizer “obrigado”, e “bendigo-Te”.
 
Sim, ó Jesus, repito-Te “obrigado” milhares de vezes e “bendigo-Te” por tudo o que fizeste e sofreste por mim e por todos. “Obrigado” e “bendigo-Te” por cada gota de Sangue que derramaste, por cada respiro, palpitação, passo, palavra, olhar, amargura e ofensa que suportaste. Por tudo, ó meu Jesus, Te digo um “obrigado”  e um “bendigo-Te”.
 
Ó Jesus, faz com que de todo o meu ser brote uma corrente contínua de gratidão e de bênçãos, de forma a atrair sobre mim e sobre todos a corrente das Tuas bênçãos e graças. Ó Jesus, aperta-me ao Teu Coração e com as Tuas mãos santíssimas marca cada partícula do meu ser com o Teu “bendigo-Te”, para que de mim brote um hino contínuo de louvor a Ti.

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Com o Vosso FILHO, ó Mãe Pia,
A abençoai-nos, ó Virgem Maria!

Nenhum comentário:

Postar um comentário