quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Flageração – continuação (por São Afonso de Ligorio)

PRIMEIRA PARTE: Orações iniciais



PRIMEIRA PARTE: Orações iniciais

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.
Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Em Nome do PAI, FILHO e Espirito Santo. Amém

SENHOR, tende piedade de nós.
CRISTO, tende piedade de nós
SENHOR, tende piedade de nós

1. Oferecimento de si em benefício dos Sacerdotes

Meus DEUS e PAI, em resposta à palavra de Vosso FILHO no Monte das Oliveiras: “Vigiai e orai Comigo”, pedimos a Vós: aceitai-nos como auxiliares especiais de Vossos sacerdotes, em nome dos quais, oferecemos a Vós cada quinta-feira como um sacrifício de amor.

Com desejo fervoroso, eu me ofereço-Vos, ó PAI, com completa confiança, juntamente com esta celebração da Passio Domini como um sacrifício de amor em favor de todos os sacerdotes. Tomai este sacrifício e transformai-o no “vinho” para o Cálice do Fortalecimento. Então, PAI, enviai Vosso Santo Anjo com esse Cálice para fortalecer os sacerdotes, especialmente os de minha paróquia. Amém.

2. Oração preparatória para Meditação da Paixão:

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.

Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.
O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!.
Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus.
Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono.
Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!

Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!
Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam. Amém.

Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajudai-me e dai-me a graça, o amor, a profunda compaixão e a compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito na tua prisão.

Ó misericordioso Senhor, ofereço-Te a vontade e o desejo que tenho de meditar a Tua Dolorosa Paixão e aceita a minha amorosa intenção e faz com que seja de proveito para mim e para todos.

Dou-Te graças, ó meu Jesus, que por meio da oração me chamas à união conTigo e, para Te agradar ainda mais, tomo os Teus pensamentos, a Tua língua, o Teu Coração e com Eles pretendo rezar, fundindo-me inteiramente na Tua Vontade e no Teu Amor. Por fim estendo os meus braços para Te abraçar e apoio a minha cabeça no Teu Coração. Desta maneira pretendo meditar. Amém.


 10 minutos de silêncio para oração pessoal...


PARTE II : MEDITAÇÃO:

A Flageração – continuação (por São Afonso de Ligorio)

1. Nas Escrituras se deduz quanto foi desumana a flagelação de Jesus Cristo. Por que foi que Pilatos, depois da flagelação, o mostrou ao povo, dizendo: “Eis aqui o homem”? Senão porque nosso Salvador estava reduzido a uma figura tão digna de compaixão, que ele só com o apresentar ao povo julgava mover à compaixão até mesmos os seus inimigos, levando-os a não exigirem mais a sua morte. Por que foi que, ao subir Jesus ao Calvário, as mulheres judias o acompanharam com lágrimas e lamentos? (Lc 23,27). Talvez porque essas mulheres o amavam e o julgavam inocente? Não, as mulheres comumente seguem os sentimentos de seus maridos e por isso também elas o tinham como réu. O motivo era que Jesus, depois da flagelação, oferecia um aspecto tão lastimoso e deplorável, que movia às lágrimas até dos que o odiavam.
Por que foi que nesse mesmo caminho os judeus lhe tiraram a cruz dos ombros e a deram a Simão para carregar? Segundo se deduz claramente de S. Mateus: “A este constrangeram para que levasse a cruz de Jesus” (Mt 27,32) e de S. Lucas: “E puseram-lhe a cruz para que a levasse após Jesus” (Lc 23,26), fizeram eles isso, talvez, por piedade para com Jesus e porque queriam aliviar-lhe a pena? Não, pois esses iníquos odiavam-no e procuravam afligi-lo o mais possível. Mas temiam que Jesus morresse no caminho. Vendo que Nosso Senhor perdera na flagelação quase todo o sangue e que estava tão privado de forças que quase não podia mais ter-se em pé, caindo por isso debaixo da cruz ao longo do caminho e a cada passo, por assim dizer, exalando um último suspiro, foram constrangidos a obrigar a Cireneu a levar a cruz, visto que O queriam vivo no Calvário e pregado na cruz para que seu nome ficasse para sempre difamado. “Arranquemo-lo da terra dos vivos e seu nome não seja mais recordado”, segundo a predição do Profeta (Jr 11,19).
Ah, Senhor, grande é a minha alegria sabendo quanto me tendes amado e que conservais por mim o mesmo amor que me tínheis no tempo de vossa paixão. Mas quão grande é a minha dor ao pensar que ofendi a um Deus tão bom. Pelos merecimentos de vossa flagelação, ó meu Jesus, vos suplico o meu perdão. Arrependo-me de vos haver ofendido e proponho antes de morrer que novamente vos ofender. Perdoai-me todas as ofensas que vos fiz e dai-me a graça de o futuro amar-vos sempre.
Minuto de Silencio. Ave Maria...

2. Consideremos como se realizou em nosso Redentor o que disse o Salmo: “Eu sou um verme e não um homem, o opróbrio dos homens e a zombaria do povo” (Sl 21,7), chegando a morrer coberto de vergonha, pela mão de carrascos numa cruz, como um malfeitor, no meio de dois bandidos: “E foi posto no número dos malfeitores” (Is 53,12).
“Ó Senhor altíssimo, tornado o mais baixo de todos os homens”, exclama S. Bernardo; “ó Excelso tornado o mais vil, ó Glória dos anjos tornado o opróbrio dos homens! Ó graça, ó força do amor de um Deus”, continua S. Bernardo. É assim que o Senhor Supremo de todos se fez o ínfimo de todos! E quem fez isto? O amor. Tudo fez o amor que Deus consagra aos homens, para nos provar quanto Ele nos ama e ensinar-nos com seu exemplo a sofrer pacientemente os desprezos e as injúrias. “Cristo padeceu por nós, diz S. Pedro, deixando-vos o exemplo para que sigais o seu caminho” (1Pd 2,21).
Ah! pelos merecimentos dos desprezos que sofrestes, dai-me a graça de suportar, com paciência, as afrontas e injúrias. Proponho de agora em diante, com o vosso auxílio, não mostrar mais ressentimento e receber com alegria todas as injúrias que me forem feitas. O Senhor me transformou as afrontas mui doces e amáveis, abraçando tantos desprezos por meu amor. Proponho, além disso, para vos agradar, rezar pelos que me desprezam. E agora vos suplico encher de graças aquelas pessoas de quem recebi alguma injúria. Eu vos amo, bondade infinita, e quero amar-vos sempre quanto eu puder. Amém.
Minuto de Silencio. Ave Maria...

3.  O profeta Isaías diz-nos, mais claramente que todos os outros, o estado lastimoso a que foi reduzido nosso Redentor. Afirmou que sua santíssima carne na paixão não só seria toda dilacerada, mas também toda triturada e despedaçada (Is 53,5). Porque seu Eterno Pai, continua o Profeta, para dar à sua justiça uma maior satisfação e para fazer os homens compreenderem a malícia do pecado, não se contentou enquanto não viu seu Filho retalhado e pisado pelos açoites: “O Senhor quis quebrantá-lo na sua enfermidade” (Is 53,10), de maneira que o corpo bendito de Jesus tornou-se semelhante ao de um leproso, coberto de chagas dos pés à cabeça: “E nós o rejeitamos como um leproso ferido por Deus e humilhado” (Is 53,4).
Ó meu Senhor dilacerado, a que estado vos reduziram nossas iniqüidades! “Ó bom Jesus, nós pecamos e vós fostes castigado”, exclama S. Bernardo. Que a Vossa imensa caridade seja para sempre bendita e Vós amado como o mereceis por todos os pecadores e especialmente por mim, que Vos desprezei mais do que os outros.
Apareceu uma vez Jesus flagelado a religiosa Vitória Angelini, e mostrando-lhe seu corpo todo ferido, disse-lhe: Estas chagas todas, Vitória, te pedem amor. E S. Agostinho, todo abrasado em amor, exclama: “Amemos o Esposo que tanto mais se recomenda, quanto mais disforme se apresenta e tanto mais caro e mais amável se mostra à sua esposa”. Sim, meu doce Salvador, eu Vos vejo todo coberto de chagas: olho para Vosso belo rosto, e, ó Deus, não me parece nada belo, mas horrível, denegrido pelo sangue, cheio de equimoses e escarros. “Não tem mais beleza, nem brilho e nós O vimos e não tinha mais aparência” (Is 53,2). Mas quanto mais desfi- gurado Vos vejo, ó meu Senhor, tanto mais belo e amável me pareceis, pois sinais de que são essas deformidades, senão de ternura do amor que me tendes?
Eu vos amo, ó Jesus, dilacerado e chagado por meu amor. Quisera ver-me também despedaçado por Vós, como tantos mártires que tiveram tão feliz sorte. Se não posso agora oferecer-Vos feridas e sangue, ofereço-Vos ao menos todas as penas que me couberem em parte; ofereço-Vos o meu coração, com o qual quero amar-Vos o mais ternamente possível. E o que deverá amar com mais ternura a minha alma senão a um Deus flagelado por mim? Eu Vos amo, ó Deus de amor, eu Vos amo, Bondade infinita, amo-Vos, ó meu Amor, meu Tudo: amo-Vos, e não quero cessar mais de dizer, nesta e na outra vida: eu Vos amo, eu Vos amo. Amém.

TERCEIRA PARTE: Oferecimento das gotas do Preciosissimo Sangue

 Neste momento cada pessoa pode oferecer em silêncio ou em voz alta a gotas do Precisissimo sangue por diversas intenções, especialmente pela Igreja e pelos sacerdotes. Pode-se rezar com as próprias palavras ou usar a oração abaixo para apresentar suas intenções:

Senhor e Salvador JESUS CRISTO, nesta hora de vossa dolorosa agonia no Horto das Oliveiras, suplicamos uma gota do Vosso Precisíssimo Sangue por .... (intenção particular)

Oração Final

Meu Jesus, Tu chamaste-me nesta Hora da Tua Paixão a fazer-Te companhia e eu vim. Parecia-me que Te ouvia, angustiado e sofredor, a pedir, a reparar e a sofrer, e com as vozes mais comovedoras e eloquentes pedir a salvação das almas.
 
Procurei seguir-Te em tudo e agora, tendo de Te deixar para me dedicar às minhas ocupações habituais, sinto o dever de Te dizer “obrigado”, e “bendigo-Te”.
 
Sim, ó Jesus, repito-Te “obrigado” milhares de vezes e “bendigo-Te” por tudo o que fizeste e sofreste por mim e por todos. “Obrigado” e “bendigo-Te” por cada gota de Sangue que derramaste, por cada respiro, palpitação, passo, palavra, olhar, amargura e ofensa que suportaste. Por tudo, ó meu Jesus, Te digo um “obrigado”  e um “bendigo-Te”.
 
Ó Jesus, faz com que de todo o meu ser brote uma corrente contínua de gratidão e de bênçãos, de forma a atrair sobre mim e sobre todos a corrente das Tuas bênçãos e graças. Ó Jesus, aperta-me ao Teu Coração e com as Tuas mãos santíssimas marca cada partícula do meu ser com o Teu “bendigo-Te”, para que de mim brote um hino contínuo de louvor a Ti.

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Com o Vosso FILHO, ó Mãe Pia,
A abençoai-nos, ó Virgem Maria!

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