domingo, 1 de março de 2015

PASSIO DOMINI - MEDITAÇÃO SOBRE ISAIAS 53 POR ST. AFONSO - PARTE 1



JMJT




Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus Deus Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus, qui venit in nomine Domini.
Hosanna in excelsis.




Em Nome do PAI, FILHO e Espirito Santo. Amém

SENHOR, tende piedade de nós.
CRISTO, tende piedade de nós
SENHOR, tende piedade de nós

1. Oferecimento de si em benefício dos Sacerdotes

Meus DEUS e PAI, em resposta à palavra de Vosso FILHO no Monte das Oliveiras: “Vigiai e orai Comigo”, pedimos a Vós: aceitai-nos como auxiliares especiais de Vossos sacerdotes, em nome dos quais, oferecemos a Vós cada quinta-feira como um sacrifício de amor.

Com desejo fervoroso, eu me ofereço-Vos, ó PAI, com completa confiança, juntamente com esta celebração da Passio Domini como um sacrifício de amor em favor de todos os sacerdotes. Tomai este sacrifício e transformai-o no “vinho” para o Cálice do Fortalecimento. Então, PAI, enviai Vosso Santo Anjo com esse Cálice para fortalecer os sacerdotes, especialmente os de minha paróquia. Amém.

2. Oração preparatória para Meditação da Paixão:

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.

Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.
O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!.
Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus.
Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono.
Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!

Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!
Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam. Amém.

Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajudai-me e dai-me a graça, o amor, a profunda compaixão e a compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito na tua prisão.

Ó misericordioso Senhor, ofereço-Te a vontade e o desejo que tenho de meditar a Tua Dolorosa Paixão e aceita a minha amorosa intenção e faz com que seja de proveito para mim e para todos.

Dou-Te graças, ó meu Jesus, que por meio da oração me chamas à união conTigo e, para Te agradar ainda mais, tomo os Teus pensamentos, a Tua língua, o Teu Coração e com Eles pretendo rezar, fundindo-me inteiramente na Tua Vontade e no Teu Amor. Por fim estendo os meus braços para Te abraçar e apoio a minha cabeça no Teu Coração. Desta maneira pretendo meditar. Amém.


10 minutos de silêncio e oração pessoal...
 

SEGUNDA PARTE: Meditação

Is 53 – Cântico do Servo Sofredor

1. Quem poderia acreditar nisso que ouvimos? A quem foi revelado o braço do Senhor?
2. Cresceu diante dele como um pobre rebento enraizado numa terra árida; não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos.
3. Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele.
4. Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado.
5. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.
6. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós.
7. Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. (Ele não abriu a boca.)
8. Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de meu povo?
9. Foi-lhe dada sepultura ao lado de fascínoras e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira.
10. Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada.
11. Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades.

12. Eis por que lhe darei parte com os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos: porque ele próprio deu sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados.

Meditação sobre Isaias 53 por St. Afonso

1. Vamos considerar as penas particulares que Jesus Cristo sofreu na sua paixão e que já há muitos séculos foram preditas pelos profetas, especialmente por Isaías no capítulo 53. Este profeta, como dizem S. Ireneu, S. Justino, S. Cipriano, e outros falou tão claramente dos sofrimentos de nosso Redentor, que parece ser um outro evangelista. S. Agostinho afirma que as palavras de Isaías, referentes à paixão de Jesus Cristo, requerem mais as nossas reflexões e lágrimas que explicações dos sagrados intérpretes.
Isaías escreve: “Quem deu crédito ao que nos ouviu? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” (53,1). Isso se realizou exatamente, como diz S. João, quando os judeus não quiseram crer nele (Jo 12,37-38), não obstante terem visto tantos milagres operados por Jesus Cristo.
Quem dará crédito a quanto foi por nós ouvido? perguntava Isaías, e quem reconheceu o braço, isto é, o poder do Senhor? Com essas palavras predisse Isaías a obstinação dos judeus em não querer crer em Jesus Cristo como o seu Redentor. Os judeus imaginavam que o Messias deveria circundar-se neste mundo de uma grande pompa, vivendo entre homens de sua grandeza e poder, triunfando de todos os seus inimigos, enchendo de riquezas e honras o povo judeu. Mas a realidade era outra. O profeta ajunta as palavras acima referidas: “Subirá como arbusto diante dele e como raiz que sai de uma terra sequiosa” (Is 52,2). Julgavam os judeus que o Salvador deveria aparecer qual soberbo cedro do Líbano. Isaías, porém, predisse que se faria ver como um arbusto humilde ou como uma raiz que nasce de uma terra árida, privada de toda a beleza e esplendor: “Não tem beleza nem formosura!”
Continua então Isaías a descrever a paixão de Jesus Cristo: “E nós o vimos e não tinha aparência e nós não o desejamos” (Is 53,2). Tendo-o contemplado, desejamos reconhecê-lo, mas não o pudemos, porque nada mais vemos que um homem de dores: “Um objeto de desprezo e o último dos homens, um homem de dores... por isso nenhum caso fizemos dele” (Is 53,3).
Adão, pelo orgulho de não querer obedecer ao preceito divino, trouxe a ruína para todos os homens. O Redentor, com sua humildade, quis curar uma tal desgraça, contentando-se com ser tratado com o último e mais abjeto dos homens, reduzido a extrema baixeza. Isso faz S. Bernardo exclamar: “Ó baixíssimo e altíssimo! ó humilde e sublime! ó opróbrio dos homens e glória dos anjos! Ninguém mais sublime que Ele, ninguém mais humilde”. Se, pois, o Senhor mais alto que todos se tornou o mais baixo, nenhum de nós deve ambicionar ser anteposto aos demais e temer ser preferido por alguém. Eu, porém, ó meu Jesus, tenho medo de ser posposto a alguém e desejaria ser preferido a todos. Senhor, dai-me humildade.
Vós, meu Jesus, com tanto amor abraçais os desprezos, para ensinar-me a ser humilde e amar a vida oculta e abjeta e eu quero ser estimado por todos e fazer figura em tudo. Ah, meu Jesus, dai-me o vosso amor, pois ele me tornará semelhante a vós. Não me deixeis viver mais ingrato ao amor que me dedicais. Vós sois o todo poderoso, tornai-me humilde, tornai-me santo, tornai-me todo vosso.

Minuto de silênco. Ave Maria.

2. “O varão de dores”, denominou-o ainda Isaías. A Jesus Crucificado muito bem se aplica o texto de Jeremias: “Grande como o mar é a tua dor” (Lm 2,13). Como no mar deságuam todas as águas dos rios, assim em Jesus Cristo se reuniram para atormentá-lo todas as dores dos enfermos, todas as penitências e todas as contusões e vilipêndios suportados pelos mártires. Ele foi cumulado de dores na alma e no corpo. “E todas as tuas ondas fizeste vir sobre mim” (Sl 87,8). Meu Pai, dizia nosso Redentor pela boca de Davi, dirigistes sobre mim todas as ondas de vosso desprezo. E na morte Jesus afirmava que expirava submerso num mar de dores e de ignomínias:  “Cheguei ao alto mar, e a tempestade me submergiu” (Sl 68,3).
Para fazer idéia do quanto padeceu Jesus Cristo durante sua vida e especialmente na sua morte, é preciso considerar o que disse o mesmo Apóstolo na carta aos Romanos: “Deus, enviando seu Filho em carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne por causa do mesmo pecado” ( Rm 8,3). Jesus Cristo, enviado pelo Pai a remir o homem, revestido da fraqueza humana, apesar de não ter contraído a mancha do pecado, contudo tomou sobre si as misérias contraídas pela natureza humana em castigo do pecado, e se ofereceu ao Pai Eterno para satisfazer com suas penas a justiça divina por todas as culpas dos homens: “Foi oferecido porque ele mesmo quis” e o Pai “carregou sobre ele a iniqüidade de todos nós”, como escreve Isaías (53,7 e 6).
Eis, pois, Jesus carregado com todas as blasfêmias, com todos os sacrilégios, torpezas, furtos, crueldades, com todas as malvadezas que cometeram e cometerão ainda todos os homens. E ei-lo feito o objeto de todas as maldições divinas aos homens por seus crimes. “Cristo nos remiu da maldição da lei, fazendo-se por nós maldito” (Gl 3,13). As dores, que Jesus sofreu, tanto internas como externas, sobrepujaram imensamente todas as possíveis nesta vida. Nota S. Tomás que Nosso Senhor padeceu no tato, pois lhe foram rasgadas as carnes; no gosto, com fel e vinagre; no ouvido, com as blasfêmias e zombarias que lhe dirigiam; na vista, vendo sua mãe assisti-lo na morte. Padeceu também em todos os seus membros: a cabeça foi atormentada com os espinhos, as mãos e os pés com os cravos, a face com as bofetadas e escarros, todo o seu corpo com os açoites, na maneira já indicada por Isaías, isto é, que o Redentor na sua paixão ia se tornar semelhante a um leproso, que não possui um membro são, causando horror a quem o vê, por ser uma só chaga da cabeça aos pés. Basta dizer que Pilatos julgou poder livrar Jesus da morte, apresentando-o ao povo depois de flagelado, e por isso o conduziu à varanda, dizendo: “Eis aqui o homem”.
S. Isidoro diz que os homens, quando a dor é intensa e persistente, perdem a sensação da dor pela agudeza da própria dor. Mas isso não se deu com Jesus: as últimas dores foram igualmente mais atrozes como as primeiras e os primeiros golpes da flagelação foram tão dolorosos quanto os últimos, porque a paixão de nosso Redentor não foi obra dos homens, mas da justiça de Deus, que quis castigar o Filho com todo o rigor que mereciam os pecados dos homens. E assim, meu Jesus, com a vossa paixão quisestes relevar-me a pena que por meus pecados me era devida. Por isso, se eu vos tivesse ofendido menos, menos teríeis de padecer na vossa morte. E eu poderei viver para o futuro sem vos amar e sem chorar as ofensas que vos fiz? Meu Jesus, arrependo-me de vos haver desprezado e amo-vos sobre todas as coisas. Logo, não me desprezeis: permiti que vos ame, pois não quero mais amar senão a vós. Muitíssimo ingrato seria eu se, depois de tantas misericórdias usadas para comigo, amasse no futuro outro objeto além de vós.
Minuto de silênco. Ave Maria.

TERCEIRA PARTE: Oferecimento das gotas do Preciosissimo Sangue

v.: SENHOR, pela vossa dolosa Paixão...
r.: ... tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

5) Oferecimento das gotas do Preciosissimo Sangue do SENHOR.



 Neste momento cada pessoa pode oferecer em silêncio ou em voz alta a gotas do Precisissimo sangue por diversas intenções, especialmente pela Igreja e pelos sacerdotes. Pode-se rezar com as próprias palavras ou usar a oração abaixo para apresentar suas intenções:

Senhor e Salvador JESUS CRISTO, nesta hora de vossa dolorosa agonia no Horto das Oliveiras, suplicamos uma gota do Vosso Precisíssimo Sangue por .... (intenção particular)

Oração Final

Meu Jesus, Tu chamaste-me nesta Hora da Tua Paixão a fazer-Te companhia e eu vim. Parecia-me que Te ouvia, angustiado e sofredor, a pedir, a reparar e a sofrer, e com as vozes mais comovedoras e eloquentes pedir a salvação das almas.
 
Procurei seguir-Te em tudo e agora, tendo de Te deixar para me dedicar às minhas ocupações habituais, sinto o dever de Te dizer “obrigado”, e “bendigo-Te”.
 
Sim, ó Jesus, repito-Te “obrigado” milhares de vezes e “bendigo-Te” por tudo o que fizeste e sofreste por mim e por todos. “Obrigado” e “bendigo-Te” por cada gota de Sangue que derramaste, por cada respiro, palpitação, passo, palavra, olhar, amargura e ofensa que suportaste. Por tudo, ó meu Jesus, Te digo um “obrigado”  e um “bendigo-Te”.
 
Ó Jesus, faz com que de todo o meu ser brote uma corrente contínua de gratidão e de bênçãos, de forma a atrair sobre mim e sobre todos a corrente das Tuas bênçãos e graças. Ó Jesus, aperta-me ao Teu Coração e com as Tuas mãos santíssimas marca cada partícula do meu ser com o Teu “bendigo-Te”, para que de mim brote um hino contínuo de louvor a Ti.

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Com o Vosso FILHO, ó Mãe Pia,
A abençoai-nos, ó Virgem Maria!


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