domingo, 18 de maio de 2014

Passio Domini - Meditação de São José de Anchieta

PRIMEIRA PARTE: Orações iniciais




Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.
Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Em Nome do PAI, FILHO e Espirito Santo. Amém

SENHOR, tende piedade de nós.
CRISTO, tende piedade de nós
SENHOR, tende piedade de nós

1. Oferecimento de si em benefício dos Sacerdotes

Meus DEUS e PAI, em resposta à palavra de Vosso FILHO no Monte das Oliveiras: “Vigiai e orai Comigo”, pedimos a Vós: aceitai-nos como auxiliares especiais de Vossos sacerdotes, em nome dos quais, oferecemos a Vós cada quinta-feira como um sacrifício de amor.

Com desejo fervoroso, eu me ofereço-Vos, ó PAI, com completa confiança, juntamente com esta celebração da Passio Domini como um sacrifício de amor em favor de todos os sacerdotes. Tomai este sacrifício e transformai-o no “vinho” para o Cálice do Fortalecimento. Então, PAI, enviai Vosso Santo Anjo com esse Cálice para fortalecer os sacerdotes, especialmente os de minha paróquia. Amém.

2. Oração preparatória para Meditação da Paixão:

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.

Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.
O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!.
Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus.
Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono.
Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!

Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!
Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam. Amém.

Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajudai-me e dai-me a graça, o amor, a profunda compaixão e a compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito na tua prisão.

Ó misericordioso Senhor, ofereço-Te a vontade e o desejo que tenho de meditar a Tua Dolorosa Paixão e aceita a minha amorosa intenção e faz com que seja de proveito para mim e para todos.

Dou-Te graças, ó meu Jesus, que por meio da oração me chamas à união conTigo e, para Te agradar ainda mais, tomo os Teus pensamentos, a Tua língua, o Teu Coração e com Eles pretendo rezar, fundindo-me inteiramente na Tua Vontade e no Teu Amor. Por fim estendo os meus braços para Te abraçar e apoio a minha cabeça no Teu Coração. Desta maneira pretendo meditar. Amém.


10 minutos de silêncio para oração pessoal...

PARTE II : MEDITAÇÃO:
COMPAIXÃO E PRANTO DA VIRGEM MARIA NA MORTE DO FILHO
(Poema de São José de Anchieta, escrito na areia da praia de Iperoig em Ubatuba, enquanto estava preso e exilado pelos Tamoios.)

Por que ao profundo sono, alma, tu te abandonas,                     (Agonia no Getsamani)
e em pesado dormir, tão fundo assim ressonas?
Não te move a aflição dessa Mãe toda em pranto,
que a morte tão cruel do Filho chora tanto?
O seio que de dor amargado esmorece,
ao ver, ali presente, as chagas que padece?
Em qualquer parte que olha, vê JESUS,
Apresentado aos Teus olhos cheios de Sangue                
Olha como, prostrado ante a face do Pai,
todo o sangue em suor do corpo se lhe esvai.
Olham-NO a multidão  e se comportam como ELE se ladrão fosse,
Pisam-NO e amarram as mãos presas ao pescoço.

Olha, diante de Anás, como um cruel soldado                             (prisão de JESUS e flageração)
O esbofeteia forte, com punho bem cerrado.
Vê como diante Caifás, em humildes meneios,
Aguenta mil opróbrios, socos e escarros feios.
Não afasta o rosto ao que bate, e do perverso
Que arranca Tua barba com golpes violento.
Olha com que chicote o carrasco sombrio
Dilacera do SENHOR a meiga carne a frio.
Olha como lhe rasgou a sagrada cabeça os espinhos,
E o Sangue corre pela Face pura e bela.

Pois não vês que seu corpo, grosseiramente ferido                                    
(crucificação)
Mal susterá ao ombro o desumano peso?
Vê como os carrascos pregaram no lenho
As inocentes mãos atravessadas por cravos.
Olha como na Cruz o algoz cruel prega
 
Os inocentes pés o cravo atravessa.

Eis o SENHOR, grosseiramente dilacerado pendurado no tronco,
Pagando com Teu Divino Sangue o antigo crime!
                   (Pecado Original cometido pelos primeiros pais)
Vê: quão grande e funesta ferida transpassa o peito aberto
Donde corre mistura de sangue e água.

Minuto de silencio. Ave Maria...

Se o não sabes, a Mãe dolorosa reclama
Para si, as chagas que vê suportar o FILHO que ama.
Pois quanto sofreu aquele corpo inocente em reparação,
Tanto suporta o Coração compassivo da Mãe, em expiação.

Ergue-te, pois, pecador e procuras o Coração da MÃE DE DEUS!
JESUS e MARIA deixaram sinais bem marcados
Do caminho claro e certo feito para todos nós.
ELE aos rastros tingiu com seu Sangue tais sendas,
Ela o solo regou com Lágrimas tremendas.

A boa Mãe procura, talvez chorando se consolar,
Se as vezes triste e piedosa as lágrimas se entregar.
Mas se tanta dor não admite consolação
É porque a cruel morte levou a Vida de sua vida,
Ao menos chorarás lastimando a injúria,
Injúria que causou a morte violenta.

Mas onde te levou Mãe, o tormento dessa dor?
Que região te guardou a prantear tal morte?
Acaso as montanhas ouvirão Teus lamentos?
Onde está a terra podre dos ossos humanos?
Acaso está nas trevas a árvore da Cruz,
Onde o Teu JESUS foi pregado por Amor?

Eis-te aí doce Mãe lacrimosa
 a sofrer dolorosa pena inteira,
pagando o mau prazer de nossa mãe primeira!
Sob a planta proibida, Eva fez-se corrupta:
colheu com mão audaz a fruta.
Mas o Fruto precioso, em teu Seio nascido,
Dá aos teus filho para sempre a vida,
Ergue-os e entrega.

O inimigo arrastou a essa Cruz tão amarga
QUEM em teus seios habitou, como uma doce carga.
Sucumbiu teu JESUS transpassado de chagas,
ELE, o fulgor, a glória, a luz  de quem divagas.
Quantas chagas sofreu, doutras tantas te dóis:
era uma só é a mesma a vida de Vós Dois!

Minuto de silencio. Ave Maria...
Todavia conserva tudo em teu Coração o Amor,
e jamais deixou-O de hospedar,
Feito em pedaços pela morte cruel que suportou
Pois à lança rasgou o teu Coração enrijecido.
O Teu Espírito piedoso e comovido quebrou na flagelação,
A coroa de espinhos ensanguentou o Teu Coração fiel.
Contra Ti conspirou os terríveis cravos sangrentos,
Tudo que é amargo e cruel o Teu FILHO suportou na Cruz.

Vives ainda, Mãe, sofrendo muitos trabalhos,
Já te assalta no mar onda maior e cruel.
Mas cobre Tua Face Mãe, ocultando o piedoso olhar:
Eis que a lança em fúria ataca pelo espaço leve,
 
Rasga o sagrado peito ao teu FILHO já morto,
Tremendo a lança indiferente no Teu Coração.
Sem dúvida tão grande sofrimento foi à síntese,
Faltava acrescentá-lo a Tuas chagas!

Esta ferida cruel permaneceu com o suplício!
Tão penoso sofrimento este castigo guardava!
Com O querido FILHO pregado a Cruz Tu querias
Que também pregassem Teus pés e mãos virginais.
ELE tomou para SI a dura Cruz e os cravos,
E deu-Te a lança para guardar no Coração.

Agora podes, ó Mãe, descansar, que possui o desejado,
A dor mudou para o fundo do Teu Coração.
Este golpe deixou o Teu corpo frio e desligado,
Só Tu compassiva guarda a cruel chaga no peito.
Ó chaga sagrada feita pelo ferro da lança,
Que imensamente nos faz amar o Amor!

Ó chaga, que és um adorno vermelho e esplendor,
Feres os piedosos peitos com divinal amor!
Ó doce chaga, que repara os corações feridos,
Abrindo larga estrada para o Coração de CRISTO.
Prova do novo amor que nos conduz a união!                       
 (Amai uns aos outros como EU vos amo)

Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança,
Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança!
Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo,
Jorrando água para a vida eterna!
Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua,
Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar.
 

Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança,
Para que possa viver no Coração do meu SENHOR!
Entrando no âmago amoroso da piedade Divina,
Este será meu repouso, a minha casa preferida.

No Sangue jorrado redimi meus delitos,
E purifiquei com a Água a sujeira espiritual!
Se neste exílio decorrer minha sorte,
me será doce a vida, e será doce a morte!
Minuto de Silencio. Ave Maria...
  
TERCEIRA PARTE: Oferecimento das gotas do Preciosissimo Sangue

Neste momento cada pessoa pode oferecer em silêncio ou em voz alta a gotas do Precisissimo sangue por diversas intenções, especialmente pela Igreja e pelos sacerdotes. Pode-se rezar com as próprias palavras ou usar a oração abaixo para apresentar suas intenções:

Senhor e Salvador JESUS CRISTO, nesta hora de vossa dolorosa agonia no Horto das Oliveiras, suplicamos uma gota do Vosso Precisíssimo Sangue por .... (intenção particular)

Oração Final

Meu Jesus, Tu chamaste-me nesta Hora da Tua Paixão a fazer-Te companhia e eu vim. Parecia-me que Te ouvia, angustiado e sofredor, a pedir, a reparar e a sofrer, e com as vozes mais comovedoras e eloquentes pedir a salvação das almas.
 
Procurei seguir-Te em tudo e agora, tendo de Te deixar para me dedicar às minhas ocupações habituais, sinto o dever de Te dizer “obrigado”, e “bendigo-Te”.
 
Sim, ó Jesus, repito-Te “obrigado” milhares de vezes e “bendigo-Te” por tudo o que fizeste e sofreste por mim e por todos. “Obrigado” e “bendigo-Te” por cada gota de Sangue que derramaste, por cada respiro, palpitação, passo, palavra, olhar, amargura e ofensa que suportaste. Por tudo, ó meu Jesus, Te digo um “obrigado”  e um “bendigo-Te”.
 
Ó Jesus, faz com que de todo o meu ser brote uma corrente contínua de gratidão e de bênçãos, de forma a atrair sobre mim e sobre todos a corrente das Tuas bênçãos e graças. Ó Jesus, aperta-me ao Teu Coração e com as Tuas mãos santíssimas marca cada partícula do meu ser com o Teu “bendigo-Te”, para que de mim brote um hino contínuo de louvor a Ti.

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Com o Vosso FILHO, ó Mãe Pia,
A abençoai-nos, ó Virgem Maria!

Nenhum comentário:

Postar um comentário