sábado, 2 de novembro de 2013

Passio Domini: Meditação das Ultimas Palavras de Jesus (por st Afonso)

PRIMEIRA PARTE: Orações iniciais



Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.
Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Em Nome do PAI, FILHO e Espirito Santo. Amém

SENHOR, tende piedade de nós.
CRISTO, tende piedade de nós
SENHOR, tende piedade de nós

1. Oferecimento de si em benefício dos Sacerdotes

Meus DEUS e PAI, em resposta à palavra de Vosso FILHO no Monte das Oliveiras: “Vigiai e orai Comigo”, pedimos a Vós: aceitai-nos como auxiliares especiais de Vossos sacerdotes, em nome dos quais, oferecemos a Vós cada quinta-feira como um sacrifício de amor.

Com desejo fervoroso, eu me ofereço-Vos, ó PAI, com completa confiança, juntamente com esta celebração da Passio Domini como um sacrifício de amor em favor de todos os sacerdotes. Tomai este sacrifício e transformai-o no “vinho” para o Cálice do Fortalecimento. Então, PAI, enviai Vosso Santo Anjo com esse Cálice para fortalecer os sacerdotes, especialmente os de minha paróquia. Amém.

2. Oração preparatória para Meditação da Paixão:

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.

Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.
O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!.
Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus.
Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono.
Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!

Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!
Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam. Amém.

Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajudai-me e dai-me a graça, o amor, a profunda compaixão e a compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito na tua prisão.

Ó misericordioso Senhor, ofereço-Te a vontade e o desejo que tenho de meditar a Tua Dolorosa Paixão e aceita a minha amorosa intenção e faz com que seja de proveito para mim e para todos.

Dou-Te graças, ó meu Jesus, que por meio da oração me chamas à união conTigo e, para Te agradar ainda mais, tomo os Teus pensamentos, a Tua língua, o Teu Coração e com Eles pretendo rezar, fundindo-me inteiramente na Tua Vontade e no Teu Amor. Por fim estendo os meus braços para Te abraçar e apoio a minha cabeça no Teu Coração. Desta maneira pretendo meditar. Amém.

10 minutos de silêncio para oração pessoal...


PARTE II : MEDITAÇÃO:

As últimas palavras de JESUS (por São Afonso de Ligorio)

1. Diz S. Lourenço Justiniano que a morte de Jesus foi a mais amarga e dolorosa dentre todas as mortes dos homens, porque o Redentor morreu na cruz sem o mínimo alívio. Nas pessoas que sofrem, a pena é sempre mitigada por qualquer pensamento ao menos de consolação; mas a dor e a tristeza de Jesus foram inteiramente puras, sem mistura de consolo. Por isso S. Bernardo, contemplando Jesus agonizando na cruz, exclama: Meu caro Jesus, contemplando-vos sobre esse madeiro, dos pés até à cabeça não vejo senão dor e tristeza.
Quando agonizava na cruz, JESUS lamentava-se procurando quem o consolasse e não o encontrava (Sl 68,21). Os judeus e os romanos o maldiziam e blasfemavam mesmo quando ele estava para expirar. Maria Santíssima, sim, estava aos pés da cruz para dar-lhe algum alívio, se pudesse; mas essa mãe aflita e amorosa, com a dor que suportava pelos sofrimentos de Jesus, mais afligia a esse Filho que tanto a amava. Diz S. Bernardo que os sofrimentos de Maria contribuíram mais para atormentar o Coração de Jesus. Quando o Redentor olhava para Maria assim atormentada, sentia sua alma transpassada mais pelas dores da Mãe que pelas suas próprias.  A Santíssima Virgem revelou a S. Brígida: “Ele, vendo-me, mais se doía de mim que de si mesmo”. Do que conclui S. Bernardo: Ó bom Jesus, vós sofreis grandes dores no corpo, mas sofreis ainda mais no coração por compaixão com vossa Mãe.
Que sofrimentos, pois, não experimentaram esses Corações amorosíssimos de Jesus e Maria, quando chegou o momento em que o Filho, antes de expirar, teve de se despedir de sua Mãe. Eis as últimas palavras com que Jesus se despediu neste mundo de sua Mãe: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19,26), indicando-lhe João que lhe deixava por filho em seu lugar.
Ó Rainha das dores, as recordações de um filho amado que morre são muito caras e não saem mais da memória de uma mãe. Recordai-vos que vosso Filho, que tanto vos amou, vos deixou a mim, pecador, por filho, na pessoa de João. Pelo amor que tendes a Jesus, tende piedade de mim. Eu não vos peço os bens da terra: vejo vosso Filho que morre em tantos tormentos por mim; vejo-vos a vós, minha Mãe inocente, sofrendo tantas dores por mim. Impetrai-me, ó Maria, uma grande devoção e uma recordação contínua da paixão de vosso Filho. E por aquele tormento que sofrestes, vendo-O expirar na cruz, obtende-me uma boa morte; assisti-me, minha Rainha, naquele último momento e fazei que eu morra amando e proferindo os santíssimos nomes de Jesus e Maria.
Minuto de silencio. Ave Maria...

2. Vendo Jesus que não encontrava quem o consolasse neste mundo, levantou os olhos e o coração para seu Pai, para pedir-lhe alívio. Mas o eterno Pai, vendo seu Filho coberto com as vestes de pecador: Não, Filho, disse-lhe, não te posso consolar, já que estás satisfazendo a minha justiça pelos pecados de todos os homens; convém que agora eu te abandone aos teus sofrimentos e te deixe morrer sem conforto. E foi então que o nosso Salvador, elevando a voz, disse: “Deus meu, por que me abandonais”? (Mt 27,46). Explicando esta passagem, o Beato Dionísio Cartusiano diz que Jesus proferiu essas palavras com grande brado, para fazer todos compreenderem a grande dor e tristeza em que morria. E quis nosso amantíssimo Redentor morrer privado de toda consolação, acrescenta S. Cipriano, para nos demonstrar seu amor e atrair para si todo o nosso amor.
Oh meu Jesus, por esse vosso abandono, suportado com tanta dor, não me abandoneis, , especialmente na hora de minha morte. Nesse momento em que todos me abandonarão, não me abandoneis, vós, meu Salvador. Sede então vós, meu Senhor desolado, o meu conforto nas minhas desolações. Na minha fraqueza, ajudai-me com a vossa graça. Infundindo-me então perseverança, paciência e resignação.
Aproximando-se Jesus da morte, disse: ”Tenho sede”. Dizei-me, Senhor, de que tendes sede? pergunta Leão de Óstia.  “Minha sede é a vossa salvação”, lhe faz dizer S. Agostinho. Ó almas, diz Jesus, esta minha sede não é outra coisa que o desejo que tenho de vossa salvação. O Redentor amorosíssimo tem um ardente desejo de nossas almas e por isso ardia em se dar todo a nós por meio de sua morte. Foi essa a sua sede, escreve S. Lourenço Justiniano. E S. Basílio diz que Jesus Cristo afirma sentir sede, para dar-nos a entender que, pelo amor que nos tinha, morria com o desejo de padecer por nós mais ainda do que tinha padecido. Ó Deus amabilíssimo, pelos merecimentos dessa sede suportada na cruz, dai-me uma grande sede de vos amar.
Nosso Jesus, já estando para expirar, disse com voz moribunda: “Tudo está consumado”. Enquanto profere essa palavra, rememora em sua mente todo o decorrer de sua vida: viu todas as fadigas que experimentara, a pobreza, as dores, as ignomínias suportadas, oferecendo-as todas novamente a seu eterno Pai pela salvação do mundo. Depois, voltando-se para nós, repetiu: “Tudo está consumado”, como se dissesse: Ó homens, tudo está consumado, tudo está completo: concluída a vossa redenção, satisfeita a divina justiça, aberto o paraíso. É tempo, finalmente, ó homens, de começardes a amar-me. Vede o que fiz para conquistar o vosso amor: por vós levei uma vida tão cheia de tribulações; no fim de meus dias, antes de morrer, consenti em que me tirassem todo o meu sangue, me escarrassem no rosto, lacerassem as carnes, coroassem de espinhos, chegando até aos horrores da agonia neste lenho, como estais vendo. Que falta ainda? Só falta que eu morra por vós; pois bem: quero morrer: Vem, ó morte, dou-te licença de tirar-me a vida pela salvação de minhas ovelhas. E vós, ovelhas minhas, amai-me, porque nada mais posso fazer para me fazer amar.
Minuto de silencio. Ave Maria...

3. Eis Jesus expirando na cruz. Contempla-o, minha alma, nas dores da agonia, a exalar o último suspiro. Contempla esses lhos moribundos, a face pálida, o coração que apenas palpita, o corpo que já se entrega à morte e esse bela alma que em breve deixará o corpo dilacerado. Já o céu se escurece, treme a terra, abrem-se os sepulcros. Que significam esses terríveis sinais? A morte do Criador do universo. Por último, nosso Redentor, depois de haver recomendado sua bendita alma a seu eterno Pai, tendo primeiramente dado um grande suspiro partido de seu aflito coração, inclina a cabeça em sinal de obediência, oferece sua morte pela salvação dos homens e expira pela violência de dor, entregando seu espírito nas mãos de seu querido Pai. “E clamando com grande brado, Jesus diz: ‘Pai, em vossas mãos encomendo o meu espírito’. E dizendo isto, expirou” (Lc 23,46).
Chega-te, minha alma, aos pés deste santo altar, no qual morreu sacrificado para te salvar o Cordeiro de Deus. Chega-te e pensa que ele morreu pelo amor que te consagrou. Pede quanto desejares ao teu Senhor morto e espera tudo. Ó Salvador do mundo, ó meu Jesus, eis a que estado vos reduziu o amor pelos homens; agradeço-vos o terdes querido perder a vida para que se não perdessem as nossas almas: agradeço-vos por todos, mas particularmente por mim mesmo. Quem mais do que eu se aproveitou do fruto de vossa morte? Eu, por vossos merecimentos, sem nem sequer o saber, tornei-me filho da S. Igreja pelo batismo: por vosso amor fui tantas vezes perdoado e recebi tantas graças especiais; por vós tenho a esperança de morrer na graça de Deus e de chegar a amar-vos no paraíso. Meu amado Redentor, quanto vos devo! Entrego minha pobre alma às vossas mãos traspassadas. Fazei que eu compreenda bem quão grande foi o amor que levou um Deus a morrer por mim. Desejaria morrer também por vós, Senhor, mas que compensação pode dar a morte de um escravo perverso à de seu Senhor e Deus? Desejo ao menos amar-vos sempre que estiveres em mim, mas sem  o vosso auxílio, ó meu Jesus, eu nada posso. Ajudai-me e pelos merecimentos de vossa morte fazei que eu morra a todos os amores da terra para que eu ame somente a vós, que mereceis todo o meu amor. Eu vos amo, bondade infinita, eu vos amo, meu sumo bem. Maria, minha Mãe, intercedei por mim. Amém.
Minuto de silencio. Ave Maria...

TERCEIRA PARTE: Oferecimento das gotas do Preciosissimo Sangue

Neste momento cada pessoa pode oferecer em silêncio ou em voz alta a gotas do Precisissimo sangue por diversas intenções, especialmente pela Igreja e pelos sacerdotes. Pode-se rezar com as próprias palavras ou usar a oração abaixo para apresentar suas intenções:

Senhor e Salvador JESUS CRISTO, nesta hora de vossa dolorosa agonia no Horto das Oliveiras, suplicamos uma gota do Vosso Precisíssimo Sangue por .... (intenção particular)

Oração Final

Meu Jesus, Tu chamaste-me nesta Hora da Tua Paixão a fazer-Te companhia e eu vim. Parecia-me que Te ouvia, angustiado e sofredor, a pedir, a reparar e a sofrer, e com as vozes mais comovedoras e eloquentes pedir a salvação das almas.
 
Procurei seguir-Te em tudo e agora, tendo de Te deixar para me dedicar às minhas ocupações habituais, sinto o dever de Te dizer “obrigado”, e “bendigo-Te”.
 
Sim, ó Jesus, repito-Te “obrigado” milhares de vezes e “bendigo-Te” por tudo o que fizeste e sofreste por mim e por todos. “Obrigado” e “bendigo-Te” por cada gota de Sangue que derramaste, por cada respiro, palpitação, passo, palavra, olhar, amargura e ofensa que suportaste. Por tudo, ó meu Jesus, Te digo um “obrigado”  e um “bendigo-Te”.
 
Ó Jesus, faz com que de todo o meu ser brote uma corrente contínua de gratidão e de bênçãos, de forma a atrair sobre mim e sobre todos a corrente das Tuas bênçãos e graças. Ó Jesus, aperta-me ao Teu Coração e com as Tuas mãos santíssimas marca cada partícula do meu ser com o Teu “bendigo-Te”, para que de mim brote um hino contínuo de louvor a Ti.

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Com o Vosso FILHO, ó Mãe Pia,
A abençoai-nos, ó Virgem Maria!

Nenhum comentário:

Postar um comentário